Nos EUA só se fala no livro "Instant: the story of Polaroid", escrito
por Christopher Bonanos, editor sênior da revista New York. Disponível
na Amazon
por US$ 15,34, o livro conta a saga da empresa que muitos consideravam a
Apple do seu tempo. Lembro-me que, quando moleque, uma Polaroid era
objeto de desejo (impossível, porque era caríssima) de qualquer pessoa,
aquela ideia mágica de captar o instante e ter ali, em mãos, em minutos,
a imagem fotografada. Trata-se de um conceito que acabou se
materializando com a emergência das câmeras digitais, a partir do novo
século.
Até a primeira década do século 21, a Polaroid cresceu tanto que se
transformou em plataforma artística, com as fotos instantâneas servindo
de base ou complemento para uma série de trabalhos bastante criativos (e
não apenas restritos a fotografia) e que permanecem em alta até hoje.
Nos anos 70, um bilhão de fotos chegavam a ser tiradas a cada ano. Mas o
apelo de produto de consumo declinou justamente com a emergência da
fotografia digital.
De 2001 a 2009, lembra Bonano, segundo a Brain Pickings a Polaroid entrou duas vezes com pedido de falência na Justiça
americana, foi vendida três vezes, parou de fazer o filme/papel de
impressão e finalmente pediu concordada este ano. É uma deliciosa
história de ascensão e queda de um marco da tecnologia de imagem e do
design. A Polaroid foi criada em 1942 por Edwin Land (abaixo). Um belo
site para quem curte Polaroid ainda hoje é o Polaroidland, escrito pelo próprio Bonanos como um diário da produção do livro e que também é uma amante da câmera.
Um trecho do livro reproduzido pela Brain faz um paralelo com outro
gigante da tecnologia, a Apple. Diz Bonano: "O paralelo mais óbvio é com
a Apple Computer, coma exceção de que a história da Apple, até agora,
tem um final bem mais feliz. Ambas as companhias se especializaram no
refinamento obsessivo e sem descanso de suas tecnologias. Ambas se
estabeleceram perto de grandes centros de pesquisa universitários para
atrair talentos (Polaroid estava em Cambridge, Massachusetts, de onde
tirava gente de Harvard e MIT, Apple tinha Stanford e Berkeley por
perto). Ambas tornaram fetiches produtos com design superior, elegante e
objetos de desejo. E ambas as companhias explodiram em tamanho e
riqueza nas mãos de chefes, fundadores-gênios-visionários. Na Apple este
home era Steve Jobs. Na Polaroid, o gênio era Edwin Herbert Land".
Fonte: Jornal O Globo
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