O corajoso ministro do STF que condenou José Dirceu, Delúbio Soares e Marcos Valério.
O ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal do chamado
“mensalão” no Supremo Tribunal Federal (STF), segue à risca o papel que
parecia estar desenhado para ele há dez semanas, quando o longo
julgamento teve início. O primeiro negro a ocupar uma vaga na mais alta
corte do País seria também o grande opositor aos casos de corrupção que
se tornaram a pior crise política enfrentada pelo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em seus oito anos de mandato. Lula, aliás, foi quem
indicou Barbosa para o cargo.
Após semanas e mais semanas, chega, enfim, o momento do relator
apontar qual o destino do chamado “núcleo político” do “mensalão”.
Coerente com o que apresentou nos julgamentos anteriores, Barbosa não
alivia para ninguém. Foi assim também tempos atrás com o controverso
Gilmar Mendes, outro ministro do STF. Em voto apresentado nesta
quarta-feira (3), o ministro pediu pela condenação do ex-ministro José
Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoíno, do ex-tesoureiro do partido
Delúbio Soares e do publicitário Marcos Valério. Todos por corrupção
ativa.
Com se sabe, a Justiça não é decidida unilateralmente. Ainda bem,
claro. Joaquim Barbosa, o relator, aponta quase sempre pela condenação,
seja quais forem os partidos, empresas ou preferências políticas dos
réus. Quando pode, Ricardo Lewandowski, o revisor que se diz convicto de
que o “mensalão” não existiu, absolve. É o papel que cada um deles
assumiu no plenário até aqui. Mas nesse julgamento, que – é bom lembrar –
ainda não terminou, ficamos com o corajoso Barbosa e suas escolhas
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